A cruz de Cristo nos faz um

fev 1, 2024Noticias, Palavra Episcopal

“Ele nos revelou o mistério da sua vontade, segundo o seu propósito, que ele apresentou em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra” (Efésios 1.9-10).

Conforme o texto citado acima, Deus fez convergir todas as coisas em Cristo Jesus. Esse princípio foi tratado de uma maneira muito clara em Romanos 5, onde Paulo afirma que por um só homem (Adão) entrou o pecado e por um só homem (Jesus) veio a graça e a salvação. A palavra convergir (do grego ANAKEFALAIOMAI) significa reunir, congregar e ajuntar. Ou seja, tudo foi convergido, reunido, congregado e ajuntado em Jesus Cristo. Em Efésios 2, fica claro que o homem sem Deus está morto nos seus delitos e pecados, ecoando Isaías 59:2 “Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça”.  

Assim, Jesus veio para nos reconciliar com o Pai (Cl 1.20), estabelecendo um só corpo com Deus por meio da Cruz (Ef 2.17). Em João 11.52, encontramos este texto: “…E não somente pela nação (a morte de Cristo) mas para reunir em um só corpo os filhos de Deus que andavam dispersos.” Quando conhecemos essa realidade, nosso desafio missionário fica muito claro; 2 Coríntios 5.18-20: “Deus nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o Ministério da Reconciliação”.

Tendo em mente os versículos apresentados acima e nossa identidade como embaixadores de Cristo, vamos meditar sobre nosso Tema Nacional: “Discípulos e discípulas no caminho da missão, empenham-se pelo fim do racismo e do preconceito”. O Evangelho é muito consistente sobre a condição de todos como pecadores (Rom 3:23) e reconciliados por meio de Cristo (Rm 3.24). Na Cruz, o Senhor destruiu toda a parede de separação e nos reuniu. Conforme Paulo afirma, “…vocês não são mais estrangeiros, ou forasteiros, mas concidadãos dos Santos e Membros da família de Deus” (Ef 2.19) e ainda, “…Pois todos vocês são filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo; pois todos vocês foram batizados em CristoSendo assim não pode haver Judeu nem Grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vocês são um em Cristo” (Gl 3.27-28).

O que isso significa para nós? Além de reconhecermos nossa própria condição, precisamos ter clareza que, como embaixadores de Cristo, devemos refletir a realidade de que Deus não faz acepção de pessoas nem trata ninguém com parcialidade (At. 10.34, Rm 2.11, Tg 2.8-9). Não podemos exercer o Ministério da Reconciliação se negamos essa realidade. Assim, Deus criou e ama todos os seres humanos e o racismo é um insulto contra Deus. É pecado. Lembremo-nos de dois comentários de John Wesley: “Deus não é parcial no Seu amor… Ele não restringe o Seu amor a uma nação apenas, e em sentido geral Ele é amável com todos os homens e deseja que todos sejam salvos” e “O racismo é uma desonra à própria humanidade”. 

Nelson Mandela, o grande líder metodista sul-africano disse: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar…”. 

E, acima de tudo, lembremo-nos do mandamento de Jesus: Assim como eu os amei, que vocês também amem uns aos outros. Amarás o Senhor de todo seu coração, de toda sua Alma e de todo seu entendimento, e Amarás o próximo como a ti mesmo. Que essa seja nossa realidade como ministros da Reconciliação.  Como a ti mesmo.

Tenha um mês abençoado.

Bispo Fernando

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