Ser pai e mãe de multidões. Esse é um fato que acontece na vida daqueles que atendem ao chamado de Deus para tornarem-se pastores. O primeiro passo rumo a essa caminhada transformadora é o de ser seminarista. Alguns ingressam na Faculdade de Teologia Metodista, em São Bernardo do Campo – SP, no curso presencial, outros optam pelo Curso Teológico Pastoral (CTP), quando passam 15 dias no campus, a cada semestre, com aulas nos três períodos, ambos ofertados pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, existe também, a oportunidade EAD, disponibilizada pelo Centro Metodista de Treinamento (CEMETRE), localizado em Curitiba – PR, com o Curso de Formação Ministerial Teológico Pastoral (CFMTP) na modalidade presencial e à distância.
A rotina dos seminaristas se divide entre as aulas semanais e a série de atividades práticas nas igrejas onde são designados para atuarem, colaborando com o ministério pastoral local, nas mais diversas funções, como informa o Reitor da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista, na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e Assessor Episcopal para Acompanhamento de Estudantes Recomendados pela 6a Região Eclesiástica, reverendo Jonadab Domingues de Almeida. Para ele, a preparação para o chamado é primordial. “Sempre tive a consciência do chamado de Deus para mim. É uma alegria ser chamado por Deus, mas, a preparação para exercer o ministério mudou completamente minha vida em termos de percepção, de foco, durante os anos iniciais de estudo”, explica. “Uma vez que se tem o discernimento para o chamado é preciso ter o reconhecimento da igreja, da comunidade em que estamos inseridos para que, então, a formação e o preparo para cumprir a missão de Deus aconteça”.
Fato que também é compartilhado pelo bispo da 6a Região Eclesiástica, Fernando César Monteiro. “Quando uma igreja aprova alguém para fazer um Curso Teológico, ela já viu frutos; o envio é uma questão de reconhecimento e confiança que alí está um pastor, uma pastora”, afirma. “A formação vai ser parte desse processo. Quando essa pessoa está no seminário, a igreja vai continuar olhando, orando e torcendo para que ele, ela, termine seus estudos e volte para continuar cuidando de vidas”. “O seminarista abre mão de muita coisa, mas tem no coração o chamado e o desejo de servir Aquele que o chamou para o pastoreio das pessoas. Deus abençoe nossos seminaristas”, declara o bispo.
Prática e vivência da fé
Em 2020, Davi Oliveira Barros, sua esposa Gabriela, com quem é casado há 17 anos, os filhos João Felipe e Marcos aceitaram o desafio do chamado ministerial. Eles foram enviados para a Faculdade de Teologia da Igreja Metodista, pela Igreja Metodista em Arapongas. Atualmente é pastor acadêmico em Vila Conde do Pinhal – SP.
“Minha vida tem sido marcada pelas constantes transformações, aprendi desde cedo que a Bíblia é a fonte de sabedoria e orientação para todas as áreas da vida. O apoio da minha esposa Gabriela tem sido fundamental em todo o processo de formação ministerial. Sentamos e tivemos um longo diálogo sobre as muitas questões envolvidas na decisão de seguir o chamado pastoral e cá estamos”,diz. “O ministério pastoral é um desafio, mas também é uma grande bênção.
“Sou grato por ter sido chamado para servir a Deus desta maneira e sei que não estou sozinho nesta jornada”, afirma. Para manter os estudos e a família, o seminarista Davi, transitou por diversas áreas. “Trabalhei como pintor, carpinteiro, serralheiro e jardineiro. Até marmitas fit vendemos para levantar recursos, mas sempre provamos do cuidado e milagres de Deus em nossas vidas”. “Acredito que a pastoral é uma das formas mais importantes de trazer conforto, orientação e esperança para as pessoas, e estou empenhado em dedicar minha vida a essa missão”, completa.
O Chamado
Luana Cléa Simões Inês é uma das mais novas seminaristas, em idade, e no Curso de Formação Ministerial Teológico Pastoral (CFMTP) – EAD. Aos 12 anos ela percebeu seu chamado em 2018. Aos 17 anos, foi enviada pela Igreja Metodista em Faxinal no mês de março deste ano. “Percebi meu chamado durante um culto de jovens, em que olhava as pessoas com cuidado e proteção, mas jamais imaginei, na época, que isso poderia ser verdade”, pondera. “Pensava que era coisa da minha cabeça e ignorava, não acreditava que poderia acontecer comigo. Sempre escutei que os mais velhos têm a ensinar, a aconselhar, mas Deus me provou o contrário, quando me chamou ainda na infância. Quando Ele chama alguém para o ministério, Ele sustenta. Tenho provado disso desde o começo!”, afirma.
Matéria: Kalinka Amorim
Pastor acadêmico Davi ministrando a ceia na Igreja Metodista em Vila Conde do Pinhal – SP.
Luana Cléa Simões Inês ministrando na Igreja Metodista em Faxinal.
0 comentários