O Milagre dos Amigos

jun 1, 2025Noticias, Palavra Episcopal

“Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Filho, os teus pecados estão perdoados.” Marcos 2:5

         Aconteceram muitas curas no ministério público de Jesus.  Marcos relata que onde Jesus estava, as multidões o acompanhavam.  A cura do paralítico em Cafarnaum é relatada por todos os evangelistas sinóticos. Observemos os detalhes desse ocorrido:

          Outra vez em Cafarnaum. Depois de alguns dias “Jesus volta para Cafarnaum e soube-se que estava em casa.” (v.1) É interessante notar que Cafarnaum passa a ser a casa de Jesus. Esta pequena cidade, situada à margem do mar da Galileia, devia receber muitas pessoas naquela época. Era cortada pela Via Maris (caminho do Mar), uma das duas grandes rotas de comércio que iam da Galileia para Damasco. Depois da destruição pelos árabes no ano de 665, não se teve mais informações sobre a vida daquela cidade, e por muito tempo nem mesmo se sabia a sua localização exata. Com base em pesquisas arqueológicas modernas, se constatou de que a cidade se estendia  ao longo da margem do mar da Galileia, numa extensão de 500 por 250 metros. Ali, naquela pequena cidade, Jesus fez da casa de Pedro a sua própria casa. Podemos pensar no privilégio que teve o apóstolo ao tornar sua casa no centro da atenção de toda a Galileia.

          A multidão novamente se reune. O texto diz que “se ajuntaram tanto que nem ainda nos lugares junto à porta cabiam.” (v.2). Imagine a casa abarrotada de gente. Não devia ser uma casa pequena. Podemos reconstruir a suposta casa de Pedro em Cafarnaum com base no alicerces encontrados. A casa palestina daquele tempo tinha muros altos, telhados de barro e palha, alicerces de pedra, paredes de estuque (massa feito de terra), poucas janelas e portas. Os quartos se compartimentam segundo a família aumenta, e diversas gerações ali podiam conviver. A casa era uma moradia confortável aos olhos da sociedade camponesa da época.  Egeria, um devoto peregrino que visitou a cidade de Cafarnaum entre os anos de 381 e 384, registrou que “em Cafarnaum, a casa do príncipe dos apóstolos (Pedro) foi transformada numa igreja, com as paredes originais ainda em pé… “Jesus ali naquele lugar diante daquela multidão anunciava a palavra.” 

         A nossa atitude determina o milagre. Lá pelas tantas, enquanto Jesus pregava, quatro  homens subiram no telhado usando uma escada lateral que dava acesso ao segundo piso da casa. Era o lugar que se usava para secar roupa, dormir, secar os legumes, pôr as frutas para amadurecer, e orar (Musset). Depois de alcançar o eirado, fizeram um buraco sobre o aposento onde se encontrava o Senhor e por ali desceram uma maca, onde jazia um homem paralítico. A pregação se interrompeu diante do acontecimento.  Jesus, “vendo-lhes a fé”, disse ao paralítico: “Filho, estão perdoados os teus pecados.” (v. 5). Note que Jesus não disse: “seja curado, seja limpo”, mas: “estão perdoados os teus pecados”! O pecado é um agente que traz enfermidade sobre a vida das pessoas. A atitude de Jesus choca tremendamente alguns escribas que ali estavam (v.6).

          Por outro lado, veja o que gera o clima que antecede o milagre é a atitude daqueles homens. Eles estavam dispostos a tudo.  Nada podia impedir-lhes de chegar à presença do Mestre. A fé que eles tinham no Senhor era uma fé sobrenatural que não via obstáculos.  Isso nos ensina o quão importante é nos aproximarmos do Senhor com fé, pois é assim que o Senhor responde às nossas necessidades.

          A importância dos amigos. Outra coisa a ressaltar é o espírito de equipe. Eram cinco homens ao todo, sendo que quatro carregavam aquele pobre paralítico, para que pudesse receber a bênção. Os quatro homens tinham um bom preparo físico, pois podiam subir no telhado da casa carregando uma maca. Ao fazerem esta ação, se solidarizavam com aquele amigo que sequer podia andar. Isto certamente sensibilizou o coração do Senhor Jesus. Como é importante ter amigos que nos levem a presença de Jesus. É através de pessoas assim que os milagres de Deus acontecem na nossa vida.

Texto base: Rev. Estêvão dos Santos Canfield

Revisado por: Bispo Fernando Cesar Monteiro

          Tenham um abençoado mês de junho.

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