Como perder uma guerra

dez 1, 2024Noticias, Palavra Episcopal

“E sucedeu que, vindo a arca da aliança do concerto do Senhor ao arraial, todo o Israel gritou com grande júbilo, até que a terra estremeceu. E os filisteus, ouvindo a voz de júbilo, disseram: Que voz de grande júbilo é esta no arraial dos hebreus? Então souberam que a arca do Senhor era vinda ao arraial. Por isso os filisteus se atemorizaram, porque diziam: Deus veio ao arraial. E diziam mais: Ai de nós! Que tal nunca sucedeu antes. Ai de nós! Quem nos livrará da mão desses grandiosos deuses? Estes são os deuses que feriram aos egípcios com todas as pragas junto ao deserto” (I Samuel 4.5-8).

Os filisteus eram um povo que ocupou a costa sudoeste de Canaã, sendo vizinhos do povo hebreu. Apesar de serem inimigos declarados de Israel, os hebreus não expulsaram completamente os filisteus ao ocuparem Canaã.

“E veio a palavra de Samuel a todo o Israel; e Israel saiu à peleja contra os filisteus e acampou-se junto a Ebenézer; e os filisteus se acamparam junto a Afeca. E os filisteus se dispuseram em ordem de batalha, para sair contra Israel; e, estendendo-se a peleja, Israel foi ferido diante dos filisteus, porque feriram na batalha, no campo, uns quatro mil homens” (1 Sm 4.1-2).

Na batalha contra os filisteus, os hebreus foram derrotados, perdendo quatro mil homens. Em meio a essa situação, perceberam que a causa da derrota era a falta da Arca da Aliança: “E voltando o povo ao arraial, disseram os anciãos de Israel: Por que nos feriu o Senhor hoje diante dos filisteus? Tragamos de Siló a arca da aliança do Senhor, e venha no meio de nós, para que nos livre da mão de nossos inimigos” (1 Sm 4.3).

O texto bíblico mostra que os inimigos sabiam das vitórias que Deus tinha dado a Israel. Os israelitas sabiam que a Arca representava a presença de Deus. Com a chegada da Arca, a vitória parecia certa, mas veja o resultado: “Então pelejaram os filisteus, e Israel foi ferido, fugindo cada um para a sua tenda; e foi tão grande o estrago, que caíram de Israel trinta mil homens de pé. E foi tomada a arca de Deus; e os dois filhos de Eli, Hofni e Fineias, morreram” (1 Sm 4.10-11).

Eles tinham a Arca, mas não a presença de Deus. Perderam a guerra (30 mil homens morreram/arca tomada/sacerdotes mortos). Foram saqueados. Eles tinham a aparência, com seus grandes brados de guerra, tinham rituais, mas não a presença de Deus!

A perda dos hebreus mesmo com a presença da Arca evoca a pergunta: onde, então, Deus habita? “Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Num alto e santo lugar habito; como também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos” (Isaías 57.15).

Ir para a batalha sem o temor do Senhor é saber de forma antecipada que a derrota virá, independente do preparo. Temor do Senhor é levar Deus e seus princípios à sério.

Como ganhar uma guerra

“Davi, porém, disse ao filisteu: Tu vens a mim com espada, e com lança, e com escudo; porém eu venho a ti em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado. Hoje mesmo o Senhor te entregará na minha mão, e ferir-te-ei, e tirar-te-ei a cabeça, e os corpos do arraial dos filisteus darei hoje mesmo às aves do céu e às feras da terra; e toda a terra saberá que há Deus em Israel” (1 Sm 17.45-46).

Aqui temos mais um exemplo de batalha contra um filisteu. Davi, sem aparência, sem rituais externos, mas com um coração quebrantado e contrito e com temor do Senhor, venceu. Quem vence leões e ursos no privado, com oração e clamor, vence os gigantes nas batalhas públicas.

Que Deus nos abençoe e que Sua presença seja sentida em meio às batalhas,

Bispo Fernando

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